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O São Paulo pode provar do próprio veneno. Depois de se aproveitar de conturbada relação de Paulo Henrique Ganso com o Santos para contratar o Maestro em 2012, o Tricolor sabe que pode encarar o mesmo cenário nos próximos dias, diante do desejo do meia em defender o Sevilla (ESP).
A equipe da Andaluzia já teve uma oferta rejeitada pelos tricolores, mas o camisa 10 faz parte dos planos do técnico Jorge Sampaoli, que pediu para os dirigentes seguirem com o negócio. Uma nova proposta foi preparada e deve ser apresentada em breve aos tricolores, que resistem em tratar do assunto com os espanhóis enquanto a Libertadores não terminar.
O contrato de Ganso com o São Paulo termina em setembro de 2017, sendo que em março o meia fica livre para assinar pré-contrato com outra equipe. A postura da diretoria em postergar o contato com o Sevilla incomodou o estafe do atleta, que assegura: o cliente não tem pressa de ser negociado e, se não for vendido agora, cumprirá seu vínculo até o fim. O recado é claro, contrário a uma tentativa dos dirigentes para renovar o contrato.
A situação gera um impasse complicado às vésperas de uma semifinal da Libertadores. Ganso está fora do primeiro duelo contra o Atlético Nacional (COL), às 21h45 desta quarta-feira, por lesão muscular e faz tratamento para tentar voltar ainda no jogo de volta, em Medellín, na próxima semana. A ideia do São Paulo para esta fase do torneio era manter o elenco blindado. A diretoria já se prepara para tratativas complicadas, dado o histórico.
Essa não é a primeira vez que Ganso é protagonista de um momento de turbulência durante torneio importante. Em 2011, por exemplo, às vésperas do Mundial de Clubes com o Santos, o meia acertou a venda de 10% de seus direitos econômicos à DIS, grupo investidor que passou a ter maior parcela dos direitos e levar vantagem nas negociações com a diretoria alvinegra - a empresa era brigada com o clube praiano.
A DIS, que ajudou o São Paulo na transferência pagando quase R$ 7 milhões para tirá-lo do Peixe, agora concorda que este é o momento ideal para vender Ganso. Se o meia ficar no Morumbi sem renovar, a empresa também sairá prejudicada, a ponto de se abrir para ceder parte de seus 68% dos direitos do Maestro para que o Tricolor consiga, ao menos, zerar o que investiu em 2012 - o clube da capital pagou R$ 16,9 milhões para ter 32% dos direitos.
Em entrevista ao GloboEsporte.com, o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva comentou a situação de Ganso, que está animado com a chance de atuar na Europa e com Jorge Sampaoli, que pediu sua contratação após vê-lo em ação na Libertadores.
- Fiquei chateado porque por mim ele morre jogando no São Paulo. Ele tem uma qualidade extraordinária, me encanta jogando. Mas tive que encarar com normalidade à medida que ele tem o aceno de uma negociação com um grande clube da Europa. Não é a China ou qualquer mercado, mas um grande clube europeu, ainda mais perto do compadre dele (Neymar). Isso desperta um interesse que não podemos desrespeitar - disse Leco.
Publicamente, as partes evitam atrito. Vale lembrar que o São Paulo vinha tocando a renovação de contrato de Ganso com o ex-diretor de futebol Luiz Cunha. O cartola que pediu para sair chegou a dizer que tinha acertado valores com o camisa 10. Depois de seu pedido de demissão, a negociação ficou paralisada.
http://www.msn.com/pt-br/esportes/copa-libertadores/ganso-pede-para-ser-vendido-e-s%C3%A3o-paulo-pode-reviver-drama-do-santos/ar-AAi8R6Q?li=AAggXC1&ocid=mailsignoutmd