(Foto: Pesquisa net)
Como funciona a taxa de administração de um consórcio?
Quando se trata de investir em um bem de alto valor, muitas pessoas consideram o consórcio para conquistar o carro, casa ou serviço que tanto procura.
E aí se deparam com o seguinte dilema: tudo bem, não é preciso pagar juros ou dar entrada. Porém, existe o valor que deve ser pago, que é a taxa de administração. Isso não dá no mesmo do que pagar juros?
Na verdade, são coisas bem diferentes. A seguir, vamos explicar o que é taxa de administração, por que ela faz parte do consórcio, as diferenças em relação ao juros e como essa taxa costuma ser calculada.
O que é taxa de administração
A taxa de administração nada mais é que a forma de remunerar a empresa de consórcio pelo serviço que ela realiza.
As administradoras cobram este serviço porque se responsabilizam por diversas etapas que envolvem o consórcio, como:
• Criação dos grupos de consórcio: a partir do momento que você se torna um consorciado, a administradora identifica o perfil e o encaixa em um dos grupos formados. Geralmente, esses grupos são compostos por pessoas que serão contemplados com bens e cartas de crédito parecidos com o seu.
• Definição das formas de pagamento: o consórcio é a forma mais flexível de investir em um bem a longo prazo. Ao permitir que o consorciado defina o valor da carta e a quantidade de mensalidades, a administradora fica responsável por integrá-lo em um grupo que se manterá comprometido em pagar as mensalidades.
• Entrega dos bens: por ser responsável pela entrega dos bens, a administradora toma todo o cuidado possível para que a inadimplência não afete o bom funcionamento dos grupos. Por isso, só pode participar dos sorteios mensais quem paga corretamente as mensalidades.
• Contemplações por lance: o lance é uma forma de pagar um alto valor em um dos sorteios. Quem é contemplado, consegue abater as últimas parcelas com o valor pago.
• Funcionamento dos sorteios: os sorteios são o principal meio de contemplação pelo consórcio. É dever da administradora cuidar para que todos os consorciados sejam contemplados enquanto realizam o pagamento das mensalidades.
Além disso, as administradoras são responsáveis pela comunicação, pela checagem das documentações no momento da contemplação e pela transferência da carta de crédito.
É pela execução de todos esses serviços que as empresas de consórcio cobram taxas de administração: para que possam ser remuneradas e continuem realizando todo o trabalho que vai da contratação à contemplação da carta de crédito.
Por que taxa de administração é diferente de juros
Quem já procurou um banco para realizar algum tipo de financiamento, e se dispôs a calcular o valor a prazo do bem, com certeza se surpreendeu com a diferença do valor final.
O valor a prazo no financiamento é bem maior que o valor que se pagaria à vista. Como o consumidor procura parcelar o bem, precisa pagar os juros por essa transação.
Você paga juros no banco porque, diferentemente do consórcio, o financiamento é realizado por meio de uma lógica diferente.
No financiamento, o banco quita o valor do carro ou casa que você deseja comprar. E, para obter lucro com a negociação, faz a cobrança de juros nas parcelas.
Esse juros leva em consideração a taxa Selic e as condições do banco para conceder crédito. Normalmente, trata-se de juro composto, ou seja, juros sobre juros. Por isso, quanto maior é a quantidade de parcelas devidas ao banco, maior é o percentual de juros que você deverá pagar.
Já a taxa de administração é diferente. Antes mesmo de fechar o contrato de consórcio, você já tem uma ideia de quanto pagará por mês de taxa de administração.
Ou seja, trata-se de um valor prefixado, já atrelado ao valor do bem. Você não pagará um valor de juros sobre a taxa, porque o consórcio não tem juros.
A seguir, vamos explicar como funciona o cálculo da taxa de administração.
Como é o cálculo da taxa de administração
A taxa de administração tem como base um percentual fixo sobre a carta de crédito.
Digamos que você queira investir em um automóvel de R$ 50 mil, divididos em até 100 mensalidades.
Neste caso, se for dividido em 60, é aplicado o percentual da taxa de administração sobre o valor de R$ 50 mil.
Se o valor dessa taxa for em 15%, o cálculo é feito da seguinte forma: sobre o valor total da carta, você teria que pagar R$ 7.500 de taxa de administração. Dividido em 60 mensalidades, ficaria um adicional de R$ 125 nas parcelas para a taxa de administração.
Ou seja, a taxa de administração representa um valor bem inferior quando comparado aos juros cobrado no financiamento.
O percentual da taxa de administração varia de acordo com o tipo de bem. Imóveis e automóveis, por exemplo, possuem um percentual entre 15% e 20%. Esse percentual varia de acordo com índices relacionados aos bens.
Para garantir que os bens sejam devidamente entregues, a administradora também cobra fundo de reserva. Esse fundo, com percentual abaixo de 5% do total da carta, garante que a possível inadimplência de algum integrante do grupo não comprometa a entrega do bem.
Além disso, a administradora faz reajuste anual das parcelas de acordo com índices como IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e INCC (Índice Nacional de Custo de Construção ao Mercado). Esses reajustes permitem que tanto a administradora quanto o consumidor invistam no bem de acordo com sua indexação aos impostos federais.
Consórcio: melhor opção de investimento
Como já dissemos, o consórcio é a melhor forma de parcelar seu investimento em um bem porque não exige valor de entrada e não realiza cobrança de juros.
A taxa de administração é a forma de remunerar as empresas de consórcio por facilitar o fechamento de contrato, os sorteios mensais e a entrega das cartas de crédito.
Para entender como ela influencia no cálculo do bem que você tanto deseja investir, é possível conferir o valor dessa taxa no momento da simulação do consórcio.